Cemitério vazio.
Uma brisa fria e fúnebre envolve o local
Cheiro de terra revirada, de túmulo recém-cavado.
Odor de morte fresca
Meus pés agora tocam seu eterno descanso
Seu nome eternizado nessa pedra de mármore
Me forçando lembranças do amor que um dia pude ter
Sua foto impregnada nessa placa sombria
Mostrando o meu mais almejado desejo
Desejo contido, rosto que nunca pude tocar
Sempre te amei, Nunca confessei.
Em segredo meus lábios uniam-se a teu
Por mais que encoberto pelo anonimato
Podia sentir seu calor.
Sua presença
Seu amor
Agora, apunhalado pelo destino
Enganado pelo tempo
Consegui perder aquilo que nem ao menos tinha
Um carro, duas latas de cerveja e uma morte
Você se foi
Se foi... Quando nunca realmente esteve aqui
Um dia depois do seu doloroso enterro
Venho aqui confessar meu amor
Declarar minha dor
Demonstrar solidão
O anonimato continua
O segredo nunca se revelará
Continuo te amando
Agora a sete palmos do chão
Para concretizar essa eterna jura de amor
Deixo sobre sua nova pele
Que tão gentilmente te encobre
Um pedaço do meu coração
Transmutado em uma rosa
Uma rosa que nasce
Irrigada por lágrimas sinceras
Cultivada com arrependimento
Colhida com discernimento
E dada com amor
Preto e branco realçado por um vermelho fuscante
O lugar, agora com uma cor viva
Uma rosa viva
Te deixo para sempre
E Para sempre te deixo...
Uma rosa sobre a lápide
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