Beijos nessa boca que eu gosto
Que ainda gostarei do gosto
Quando provar da dose exata
Do destilado veneno de loba.

Beijos nessa boca que prova
Minha alma como quem sopra
A vida pelas entranhas
E estranha quando não sonha.

Nem chora o rebento que parte
Em busca do teu profundo seio.
Eu ofereço o colo.

Então cato a ambos como tesouros
E teu beijo, esqueço no passado
Que ainda não aconteceu.
 
 
Para Talita, um passado que não aconteceu.
 
 

Pedro Aldair
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