A CONSTRUÇÃO DE UMA TRÍADE

 
No desespero do vazio de amor, de afago, de segurança e confiança, um homem e uma mulher, partem para viver o trampolim da esperança.
 
Buscam nas lembranças, o tempo que já passou, e choram suas carências, no futuro que já chegou.
 
A alvura e coragem das almas, não fazem o efeito sentido, em transformar sofrimentos, dizendo “estou desistindo”.
 
Quem sabe as lembranças do tempo, impedem a verdade do agora, e a mulher sofrendo as carências, temendo enterrar o seu homem, prefere buscar no passado, momentos de paz e de glória, elegendo a terceira pessoa, ignorando o pudor do seu seio, ignorando o amor do seu corpo, desprezando a virtude do tempo, e luzindo para quem não demora.
 
No afã de suprir sofrimentos, já sente que o agora é hora.
Tão cega das manchas futuras, encontra no homem de fora,
O mel doce da triste esperança,
A euforia no se renovar,
O culto sagrado do amor,
Sem antes o outro apagar.
 
Assume a doce esperança,
Pensando na paz que encontrou,
Mas foge do fogo da vida,
Esconde a verdade perdida,
Enterra a chama candente,
Do seio e da paz do seu lar,
Achando que na sombra da vida,
Voltou seu prazer de amar.
 
O dual deu lugar para mais um,
Que surgiu de um encontro buscado,
Içado pelos encantos da carência fêmea,
Excitado em suprir seus desejos,
Não hesitou em partilhar “sem demora”,
Ignorou a outra parte da estória,
Como macho sentiu-se na glória,
E passou a fazer parte da história.

Durand
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