Dentro de mim há uma criança que chora

engole confusa e aflita o mal das horas

Nada é exato e tudo se ignora

no redemoinho fantasmagórico dos passa-foras

 

Os passa-foras da noite mal dormida

do grito seco da ânsia reprimida

onde a embriagues do sono pede sossego

pois não quer ser (e nem pode!) um morcego

 

Sons e ruídos  de um show noturno ou uma festa

que igual gafanhoto abraça a imensidão e infesta

o silêncio tranquilo de um desejável descanso

e o dormir feliz em confortável remanso

 

Meus ossos doloridos se revolvem revoltados!

Querem punir (se pudessem matar!) os culpados

do vira-vira na cama amassada

da vigilia sem propósito e forçada

 

O mal das horas é que essa criança dentro de mim que chora

vai ter que se levantar e travar uma batalha com o mundo lá fora

Trabalhar (que escolha!) mesmo parecendo um zumbi da televisão

com a cabeça latejando os miolos em profusão

e sonhando que o dia termina antes de começar

para poder (aleluia! Uah...)  enfim, o sono embalar

 

Valdeci A. da Costa
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