Aos olhos de quem vê

Pinceladas sem retoques
Nada nem ninguém a reboques
Escada sem corrimão
Cama sem colchão

Totalmente céu
A deriva soltamente ao léu
Ventos soprando deformando o capim
Perfumando o meu jardim

Cheiro de terra molhada
O farfalhar da passarada
Na figueira a pousar
Tudo num suave balançar

É o berço da natureza
Que entoa uma canção de ninar
Em seu auge crepuscular, adormece

O quadro está pronto
Tela e enquadramento de uma visão
Cheia de emoção

A moldura é um batente espetacular de embaúba
As cores são de uma mistura perfeita
Tinja, tinta, tingida
Não finja cinza, constrangida
Tinja com tinta tingida
Pura de palheta limpa, sem tinta

Ass.Os olhos de quem vê

Rosana Bonsi Theodoro Capotorto
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