Simplesmente assim

Cria-te
Floresças em tu o que não eras
Enraíza-te , fortaleças os teus galhos
Mesmo que sejas só e não dê frutos
Sejas tu, a própria sombra

Ramo torcido da tua desgraça
Dolorido nó que permeia teu tempo
Centelha de luz que ilumina o teu chão
Semente cansada, cruenta, germinada

Ao sopro do vento movem-se as flores
Soltas, levemente perfumadas
Soma-te as folhas
Ruidosas e lavadas

Chuvas espraiadas
Multiplique-se
Respingue repetitivamente
Desenhe na areia
Cubra-a com o seu deleite

Agora posso morrer
Dentro de mim
Perto de ti
Simplesmente assim

Rosana Bonsi Theodoro Capotorto
© Todos os direitos reservados