A perfeição passava a todo instante,
Dançando nos meus olhos fascinados,
E nada mais me era relevante
Que os vultos do amor "bem torneados".

E, de repente, de maneira infame,
Meus olhos bruscamente afrontados
Gritaram sob a luz de um enxame
De brilho ardente em traço emoldurado.

Seria o íris, de maneira estranha
Mostrando ter se aperfeiçoado,
Ou era a sombra, co'a farsa tamanha
Da perfeição a ter me enganado?

Me apaixonei pela fogueira ardente:
A mãe dos vultos feios e incompletos.
Ela em cor, profundidade sente,
Pois se moveu quando cheguei mais perto.

Será que algo ainda mais perfeito
Supera a mãe dos vultos imprecisos?
Não imagino nada tão bem feito,
Nem tão solene e tão incisivo!

Aquela sombra não me machucava,
Apenas se apossava de meu ser,
Enquanto a chama, que eu tanto amava
Me fez sorrir, depois me fez morrer...