Vento frio

Vento frio, assim amanheceu
Apesar de o sol mostrar-se vivo
Teus raios não aquecem meu peito vazio...
 
Talvez seja a saudade, talvez seja o desespero
O que me move nesse instante é a brisa e o vento
Minhas janelas não vencem a passagem do frio
E como se já não bastasse o frio intrínseco,
Um tom de dor vira solidão...
 
Nesta confusão de sol e frio
A aurora vira crepúsculo
E nada conjumina comigo...
 
Enfim, continuo igual
Desprezando quem não merece ser
E valorizando quem me faz o mal
Deve ser a sina de um homem errante
O gelo de indelével clareza
Congela a alma e o próprio sangue...
 
Entre o gelo e o desejo aflito
Encontrar o rumo esta mais difícil
A mente confusa e difusa de idéias
Refletem as mágoas passadas, tornando-as eternas...
 
Por hora, não ouso abrir a porta
Com o receio e medo nada conforta
Palavras amigas não posso extrair
Só posso querer não mais existir...
 
A minha vida é previsão do tempo
Tempestade, frio, trovão e vento
Sem massa de ar quente
Sem calor no corpo, só dor presente...

 

A inspiração que veio do frio...

São Paulo, 04 de junho de 2009.

Carlos Eduardo Fajardo
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