Oh! Dolorosa messe, essa de escrever versos
um louco debruçado sobre restos de papel,
Decifra palavras, às vezes amargas e inversas,
O lápis escreve cenas, acima e abaixo do céu!

Poeta, esse pobre nada possui só versos a escrever 
Mesclada à dor da alma, sua intranqüila inspiração
revira as entranhas, plangente, parece ser
os versos da alma, saudades de uma paixão!


Poeta, pobre desgraçado que conserva
uma simples flor, toda a ternura e razão,
Motivos dessa dor insana, persevera
em golpes e dramas do coração!


Poeta que procura reminiscências do passado,
De imagens obscuras do pensamento,
Aos poucos ressurge como uma fênix apagada;
Pejamento dos vates no seu isolamento!

Poeta sem renascimento... Imolados letais,
Seu sepulcro em noites tempestuosas, isolação,
Será em prosa e verso; aos poetas imortais
a morte... os enigmas da solidão!

Douglas Nunes
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