Odisséia (inspiração)

Os ventos do norte me remetem a você.

Até a maré mudou seu curso.

E hoje segue ao teu encontro.

Pelo Mar Vermelho, vou transbordando paixão.

No Mediterrâneo te sinto no coração.

Diante do Nilo me rendo à sua imagem.

Trazida na mente o desejo se acende.

A noite a solidão é um Mar Negro.

O silêncio ensurdece por sua falta.

Guiado pelos faróis, me lembro dos seus olhos.

À deriva dos seus beijos meu vazio engrandece.

Enfim amanhece, e o horizonte azul me dita os ventos do sul.

As velas se abrem.

Tal como meus braços por ti.

Tal como meu peito.

O sol que reflete na água.

Cria seus mosaicos nas ondas.

Num instante te sinto em mim.

Sua pele colada em meu corpo.

Talvez seja a ânsia de vê-la.

A tempestade anunciada não me traz medo.

Pois por você enfrento tudo.

Nem chuva, nem sol, irão me fazer desistir.

Depois da tempestade passada.

A bonança se fez.

O Atlântico ja desponta em meus olhos.

E minha jornada toma seu rumo final.

Quanto mais próximo de ti.

Mais impaciente fico.

Conforme o tempo passa.

A saudade me cala.

Depois de todo esse tempo no mar.

Noronha se deixa avistar.

E no porto de encontro ansioso.

Nossos corações se juntam.

Para viverem intensamente o presente.

O amor que transborda para sempre.

 

 

 

 

Carlos Eduardo Fajardo
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