Não sei o que se passa lá fora...
Aqui dentro do peito, arrepio e dor,
Saudade do saudável paladar da vida...
Alma minha, que tremula de angústia,
Que sentido há os escritos?
 
 
Não sei o que se faz lá fora...
Os corações dos sábios se silenciaram
E a revolução dos gênios se esconderam
As vidas pararam de sussurrar o bem notório...
Por que tanto silêncio no auge da carência?
 
Não sei mais o que se vê lá fora...
Não vejo o humano se manifestar, sinto cheiro de máquinas em carne, assustadas...
O perfume do sorriso foi vendido aos astros da violência
E os mantos de amor desaparecidos dos céus dos olhos...
Por que a vida enjaulada se minha alma vive a liberdade?
 
 
Não sei mais o que presenciar lá fora...
As narinas da virtude não respiram, não inspiram mais a doçura do amor
Crianças amadurecem antes do tempo – precoces perdidas
Jovens envenenando a pureza dos passos, quebrando o ritmo da paz...
Que idade tem a fé da esperança?
 
Não sei mais morrer aqui dentro...
As lágrimas se derramam ao som das palavras, nutrindo os solos desse mundo,
Secando o tédio da insensatez...
Arde nas linhas revoltantes do coração o desejo de querer, de melhorar...
Por que morrer dentro se a vida geme fora, em busca de ti?
 

 

Robson Gideão Soares, poeta da vida
Mapoteca, Sucab – 29/08/2008
Salvador-Bahia

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Robson Gideão Soares
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