COMO PODEM FLORIR OS LIRIOS DO CAMPO
CRIANÇA
Nasceste para ser amada;
Vais crescendo pouco a pouco e,
Nos teus sonhos de criança,
Idealizas alegrias, sorrisos, abraços, amigos
Mas não tens voz activa;
Ninguém te ouve!
Sofres!
Criança nua, magra, sem pais, com mãe ou só pai,
Sem lira, sem cravo, sem afago;
Sem dia, sem noite, que amor não tem.
Criança que sofre, gelada, sem alma, sem tecto, sem chão,
Onde procuras pão e não há;
És explorada por uns e por outros, sem dó nem piedade.
Querias ser como as outras crianças, que vês na Televisão
E ouves contar; Têm tudo sem trabalhar.
E tu criança do meu País, que trabalhas de sol a sol,
O que sabes ser criança?
Queria poder dar-te os meus braços, o meu prato, a minha cama,
Enfim, eu queria saber como te dar no abraço a minha chama;
Menino terra, esperança homem no amanhã, a viver da promessa
Crescendo depressa, morrendo depressa.
E é a vós Crianças do meu País, que devo este livro!
Será um grito de alerta de alguém que vos quer ajudar e, dar
A conhecer a este país o Vosso DRAMA!...
Maria helena almeida