A pianista
 
Cabeleira naufragada,
falanges em perpétuo tocar de teclas pretas e brancas.
Coluna amadeirada e olhos atentos,
olhos de vento em folha de abacateiro.
Lábios precisos e ritmados com o respirar.
Não ouso perguntar quem és.
Não sei se é o som que me apaixona
ou se é o calor da dona ao tocar.
Que transcende as encomendas telúricas,
permitindo a minha pura catarse.
Permitindo o meu singelo almejar.