Esta face marcada de sinais, é a prova de que não desisti.
Mesmo os barcos vazios, o carro solitário, a casa estranha
Aos meus olhos, demonstram o quanto ainda busco Deus.
O rosto talvez não dure tanto quanto a angústia de ver
A mesma lua, a mesma cerca, as praças de minha infância
Já amarelada, que construíram o homem que sou ou que não sou.
Mas Deus está em mim, em mim que sou curto de paciência,
Em mim que grito e esperneio e digo que detesto esta cidade.
Talvez a avenida vazia seja a expressão mais crua de mim mesmo.

São Paulo, setembro/99