Enxugadas Triviais

Sobre esta vida corriqueira
De goles e tragadas
Supro todos os meus ‘eu’
Querendo (des) querer as coisas
Que amo, que (não!) quero deixar de amar...
Mas amando mais ainda!

Das passadas horas,
Do vocabulário pobre,
Das células mortas,
Da falta de informação,
Do fedor do tempo,
Dos “eu te amo”...

E essas lágrimas enxugadas, com panos podres
Sujos e gastos,
Guardados nos meus bolsos furados
Indigestos aos meus ares dançantes
Na beira da calçada,
Ou com um copo de cachaça na mão
O meu rosto é sempre o mesmo!
A dificuldade de ser multi facial
Prejudica-me na hora em que devo ser como vocês...

A moléstia da cidade
Num fundo de garrafa qualquer, angustiado
Por engolir tudo o que não há certeza
Amando loucamente o que me bate na cara
Esperando por uma lâmina altamente afiada
Que corte a parte que sangra e a que dá vida
Matando...
Ou fazendo viver...

“Você tem que matar! Que matar...”

Dificultosa tarefa
Á mim, querer olhar para o espelho
E ver que lá existe
Algo que brilha,
Alguém com uma segunda visão
Uma mente torta, menstruada
Ou turva...
Suja de sangue ou de barro,
O que me dói
É saber que quem suporta a vida é bom o bastante para morrer.

CA-K:
11/02/2008

A cada dia que passa, eu detesto mais as minhas palavras...
“Quanto tempo faz que não aparece mais um rapaz com a força de matar...”

(...)

CarbonKid87
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