Todo fim de dia é como uma leve parada cardíaca
Todo início de dia é sem graça
Tudo muda, tudo anda e tudo pára
E o frio da manhã corre junto à palidez das horas
Você reclama, suporta, vivencia
Você então prefere se calar
E agüentar a agonia do próprio silêncio
Seu coração clama por algum caminho de luz
Pelos rumos de nossa velha cidade
Onde enterramos nossas vidas dia a dia
Em tão pouco tempo...
E em tão pouco tempo pouca coisa muda
Que mal percebemos, que nos acostumamos
Mal notando que as folhas do calendário estão desbotando
Com os dias que passam velozmente
Em tão pouco movimento...
E de repente tudo muda, e você continua...
Seu conforto adormece com o cansaço do corpo
E você precisa acordar para lembrar o seu nome
E permanecer no jogo para somente pensar
"Mas o que eu sei? O que eu sei?
Eu caí no acostamento agora
Eu não entendo as mesmas coisas de ontem
Mas eu entendo!"
E assim nós vamos
Guiado pela mentira das falsas promessas
E vãs ilusões
A vida adormece num sonho apático
Em forma de dor, em forma disforme
Sem notas, sem sons,
Num vapor sem cor.

markquerido
© Todos os direitos reservados