ECOS DA SOLIDÃO

Vago ausente de tudo, do mundo,
pouso minhas amaguras
desnudas, nos braços teus;
quisera, ainda que demente
pensar em ainda tê-la
inteira, minha, só minha...
 
Ilusão perdida no tempo
rasgando de choro nos olhos,
crispando de lágrimas meu rosto,
como se fosse pedras de gêlo,
saltando das nuvens negras
do céu.
 
Grito seu nome em vão!
Agonizo, por entre os ecos caídos
espremidos pelas paredes sólidas,
a minha imensa solidão...
 
Não desisto!
Resisto!
O tempo não pode apagar
um amor que parecia infinito,
porém, que a morte teima sufocar.

João Carlos
© Todos os direitos reservados