SOTURNO

Em meio à violência estruturada, a Besta
da qual eu e outros sensíveis somos alvo
subitamente surge paz,
espontânea lembrança do amor com que me cobres.
Afasta-se o sofrimento mental
e os consolidados fantasmas enfraquecem
por tempo breve, porém profundo.
Desse mesmo respiro
e retomo a fé fragilizada.
Brilha a imensa tristeza
que no olhar há séculos trago
e o brilho engana aos sábios
mas não aos iluminados,
razão pela qual o apego
ainda não me fez presa ou predadora.
Em meio à lucidez e à ilusão dos sentidos travo luta
e continuo a caminhar,
contigo e só
em busca da luz no final do túnel
ou do túnel no final da luz. 

Buscando dizer que sei de teu amor porque estás comigo em todas as horas...tua bruxa!

Goiânia, 11/08/07 - 21:45h

Emy Margot Tápia Alvear
© Todos os direitos reservados