Os poetas têm corpo,
têm braços,
mãos,
pernas e pés,
também têm boca
e até arrotam!

Mas os poetas,
não sei porquê,
quando falam
poucos os querem ouvir,
e quase que ninguém os lê!

Suas vozes,
que de sua matéria vem,
são vozes que suas almas têm;
chicotes que zumbem no ar,
com zumbidos,
deles muitos fogem!
é natural,
ninguém gosta de apanhar!

Os poetas incomodam,
mas também arrotam!

Aliás,
o que deles querem
é que todos
de fartos arrotem,
e não orações aos famintos,
post mortem!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL
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