Na aurora da minha vida eu vi nascer
Os meus sonhos sutis, de uma criança,
Tão sem pressa e medo do entardecer,
Mas sobrando em mim tanta esperança!
 
Displicentemente meigo fui crescendo,
Sem crepúsculo algum à minha frente,
E, assim, por várias sendas fui tangendo
A minha sina sem temor, e conseqüente.
 
Mas, o tempo foi passando, contumaz,
Começando a me pesar a minha idade,
Porém, a ânsia da chegada, isso jamais!
 
Quero, sim, viver com toda a liberdade,
Sem conturbação mental, porque a paz
Que há em mim não abriga ambigüidade.    
 
Autor: José Rosendo  

Nazarezinho, 23 de fevereiro de 2007