Há uma onda bem debaixo dos meus pés

Que me conduz a lugares meio exóticos

E como meus dedos não usam os óculos,

Não há como impedir da areia os cafunés.

 

São cócegas que extraem de mim o libido

De desejar mais e mais essa volúpia táctil

Que me deixa numa sensibilidade projétil,

Capaz de atingir um clímax assaz bandido.

 

É um alvoroço imaculado esse meu totem

Embora só eu saiba e ninguém veja e note,

Pois se trata de uma sensualidade esquisita...

 

Tudo não passa de questões sutis, efêmeras.

Logo percebo que formigas que são fêmeas

E habitantes dessa areia me picam a desdita!

 

 

DE IVAN DE OLIVEIRA MELO

 

Ivan de Oliveira Melo
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