Quero descongelar o vício que segrega meu saber

E me entorpece a alma com gotículas de primavera,

Pois torno-me excêntrico e paladino duma quimera

Ainda anestesiada num devaneio sofista em dossiê.

Busco nas alfândegas do tempo desfazer o niilismo

Execrável que habita nas profundezas do substrato

Donde se tem as raízes aeróbicas do que seja inato

E, assim, poder consumar um indelével paisagismo.

Trago da essência da natureza o perfume de outono

E, assim como as folhas se renovam, luto e destrono

As vicissitudes esdrúxulas que compilam o universo.

Semeio em meu sangue o néctar que jamais desbota

A fim de que se possa dissipar o que for ideia ignota

E fazer de cada instante o minuto que vibra perplexo!

DE IVAN DE OLIVEIRA MELO

Ivan de Oliveira Melo
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