Ela dormia, no repouso dela,
Angelical, poética, suave,
Acalentada pelo som de uma ave
A circundar a fúnebre capela...
O coração, após perdida a chave,
Emudecia alguma história bela...
Um tímido nuance de canela
Ensombrecia-lhe de modo grave...
Pétalas brancas, brancas feito neve,
O busto decoravam-lhe de leve...
Cobriam sutilmente as mãos cruzadas...
- Como se fosse, então, na noite acesa,
Um corpo adormecido de princesa
Cercado de duendes e de fadas.
PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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