AO POETA ALPHONSUS DE GUIMARÃES

Poeta que cantou sofridamente,
Ao pé dos cinamomos, para a amada,
A Ismalia enlouquecida, apaixonada,
Lustrou em redondilhas, lindamente,

E a catedral nos ares, transparente, 
A lua fantasmática, gelada, 
Ergueram-se nos versos seus, em cada
Detalhe de magia transcendente...

Cantou de forma sã, ritualística,
As páginas de luz de Dona Mística,
A voz sem par, das esperanças mortas...

E emudeceu nas mãos do bom mineiro, 
O corvo afigurado em seu tinteiro...
E o céu de Mariana abriu-lhe as portas.

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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