FADA SAFADA

Era uma vez uma fada,
sarada e bem safada,
que cansada de ser madrinha,
quis ser fada magrinha.

As fadas aladas,
das asas delgadas,
ordenaram a fada
que ficasse calada.

Disseram a ela que não podia desertar,
que era fada fadada,
fadada e condenada,
a eternamente fadar.

Mas a fada encantada,
Sarada e bem safada,
Não seguiria a saga,
De fada acomodada.

Sentia-se incomodada,
totalmente fora da moda,
sonhava com as passarelas,
das páginas amarelas.

A fada marginalizada
E agora mal falada,
Ficou horrorizada
Com a sina dada.

Era agora uma Fada seduzida,
fada safada,
fada falada,
fada repreendida.

A triste fada madrinha,
estava enfadada com a ladainha
das fadas moderadas,
todas gordas condensadas.

Então as outras fadas,
As excêntricas e mal faladas,
Ficaram penalizadas,
Com a fada marginalizada.

Correram todas em seu auxilio,
Ante que fosse para o exílio,
Temiam que ela fosse exilada
E acabasse desasada.

Fada desasada
Era como flor despetalada,
Fruto sem semente,
Um ente inconsciente.

Então as fadas safadas,
Saradas e taradas,
Conduziram a fada coitada,
Para uma grande noitada.

Na festa espetacular,
Viu fadas bêbadas
Girando em pleno ar,
Outras com as vergonhas estampadas.

Ela não estava preparada
Para toda aquela indecência,
Faltava-lhe experiência,
Assustada saiu em disparada.

Trôpega e apavorada,
Tentou bater as asas e voar,
Mas desmemoriada,
Esqueceu como alar.

Tentou em vão invocar os poderes das fadas,
Mas descobriu-se totalmente áptera,
E sujeita para sempre a gravidade da esfera,
Terra de todas as fadas.

Então a fada madrinha,
Que queria porque queria ser magrinha,
Após tentar sem êxito ser uma fada safada,
finalmente contentou-se com a sina dada.

Seu destino agora era cuidar
Das crianças de almas falhadas,
Precocemente rejeitadas,
Que ninguém quis amar.

Ao perceber desconsolada,
A sina que lhe fora dada,
E que não mais ascenderia ao céu,
Começou a vagar solta ao léu.

Por isto que às vezes,
Quando chove e tem arco-íris,
Vemos entre os raios multicores,
Uma fada envolta em luzes.

É a decrépita fada,
A que não foi perdoada,
Mas maltratada e condenada.
A eternamente fadar.


AS FADAS NÃO SÃO SAFADAS,
SÃO FADAS MAL AMADAS.

Esta poesia nasceu no dia em que eu estava praticando exercício de digitação e percebi que ao utilizar repetidamente a teclas ASDF entre outras, descobri qu podria criar frases com elas. Comecei a exercitar e então surgiu este texto que , peço que me perdoem por falar assim das queridas fadas, mas o texto se prestou a isto e quem escreve sabe do que estou falando. era pegar ou largar, quero dizer, não escrever e perder a oportunidade única de usar a criatividade que é sempre bem vinda. Bom proveito, estou sujeito a qualquer cometário, talvez assim eu alcance o verdeiro aprimoramento literário.

Em casa.