Olhos tímidos que perscrutam
Penetram nas saliências do ar
Como amêndoas castanhas escuras
Ardentes no “negrume do mar”

Enigmas que um dia decifrados
Em terras distantes no dia da poda
Embalam o cata-vento do moinho norte
Ao som do vento que espana a roda

Marejados, brilham na luz a esvanecer
Cílios grandes que contornam os olhos
Partes do corpo que se recusam envelhecer.

Cativam na languidez do amor
Surrupiam sortilégios de um tempo
Que não passa, nostalgia que esvoaça

Pedro Luiz Almeida
© Todos os direitos reservados