Não me desdenhes nesta seara longínqua,
Diante dos trevos da vida nos encontraremos
Mesmo com as estradas esburacadas e bueiros...
Certamente todo apanágio tem boca oblíqua!
 
Não me apoquentes perante dízimos de outrora,
Há encruzilhadas onde os cofres parecem cinzas,
Pois a pólvora dissipou todas as cédulas redivivas
E. obviamente, nada resta, senão o que é lorota.
 
Não me crucifiques no calvário dos vilões usurpados,
Porque até ali só chegam os trapaceiros condenados
À prisão perpétua ou à pena de morte da hipocrisia...
 
Não me pintes nas tatuagens egocêntricas dos pincéis,
Porque não sou miniatura nem caricatura de bordéis:
Sou insigne pintor das paisagens e criador de fantasia!
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo   

Ivan de Oliveira Melo
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