E se me seguirem,por favor não o faça,

porque estou perdido e sem rumo,longe

da matilha me tornei um lobo solitário,a palavra

basta para sermos sincero,mas o olhar engana quando 

aponta a direção.

Há tantos caminhos,mas não sei qual  seguí-los;há

tantas histórias e pouco sei contá-las,me digam algo

doce aos meus ouvidos para adocicar-me o amargo da alma.essa

amargura que afugenta a candura e me impede de ser feliz.

Beijei flores nos campos dourados sob o crepúsculo

sangrento derramado no fim do mundo,mas elas secaram no toque

de meus lábios enegrecidos pela dor,chorei no deserto

torrido pelo sol,e a esperança brotou como chuvas de lágrimas

sobre as flores mortas e murchas.

Vi no céu a lua se encher de brilho prateado e ofuscante,minguar em

noites de chuvas tenebrosas,renovar e crescer em todas as estações desses meus anos 

de vida...mas ela se perdeu no uivo do lobo fora da matilha e pelos caminhos sombrios

da terra,a lua vagueia também na escuridão.

Nessa vida aprendi a observar mais,falar pouco,porém só o necessário,recuei,

em alguns instântes e petrifiquei meu coração,porque a razão

é minha companheira fiel,a desconfiança minha segunda pele e os

vasos sanguíneos  da minha dor.

Amei muito um dia que perdurou vinte anos,e as lembranças desse

amor é como música que nunca acaba,e bate em minha cabeça como

trovoadas assustadoras em céu negro de tempestades torrenciais

Nenhuma mulher depois da primeira,pode querer me seguir...porque continuo

amando um fantasma,se me queres tão próximo,me possua apenas e depois 

me mande embora,serei teu escravo entre teus lençóis e nada mais,porque

esse meu coração só teve uma dona.

Não me sigas e nem me faça juras de amor

estou perdido e pode não suportares as travessias que eu éis de passar,

estou sozinho acostumado a minha própria dor,porque a lembranças

são amargas só quero elas para mim...apenas pra mim

mesmo.

 

Charles Feitosa de Souza
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