Pena que o tempo
É como as águas,
Não tem cabelos!
 
Se os tivesse, eu faria
Com a amálgama deles, um ornamento
De infinitos e sedosos novelos.
 
E sobre os cachos debruçaria,
Só pra sentir a santidade de tua alma,
Só pra sorver teus suspiros com calma,
Sem a paúra do atropelo
Que a ampulheta teima em nos impor.
 
Se os tivesse, eu faria
Com o mosaico deles, um ornamento
De multicoloridos e diáfanos novelos.
 
E sobre os cachos debruçaria,
Só pra gozar de tua dulcíssima essência,
Só pra fazer de tua encantadora presença,
Com singular ternura e idílico esmero,
O céu da salvação de nosso amor.