DESCENSO DA MORALIDADE

 
 
 
A sem-vergonhice precisa ser castrada...
 
Ronda-nos uma falta de pudor que é dolo
E o mundo se enfeita de prazeres iníquos...
 
Tanto aqui como acolá retrato é podridão,
O verbo é imundo, seu odor não é sedução,
Mas um prevaricado orgasmo sem lirismo...
 
Macula-se a beleza que a sexualidade tem
Com depósitos infelizes de sensualidade lixo
Que não satisfazem libidos, senão atrofia-os,
Degenerando inocências na flor da idade...
 
Perverte-se o bom-senso, adorna-se o imoral
Com flores adúlteras de jardins de excremento,
Vulgariza-se a intimidade que fede alucinação
E o amor cede lugar a um exibicionismo insosso
Em que a receita é o atestado de óbito da pureza!
 
 

 
DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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