A alma se desnuda dos traumatismos terrestres
E se entrega ao dossiê da contemplação humana,
Vira e revira cada página de sua existência profana
Para concluir autoanálises do êxodo e das pestes.
 
O vestuário da vida é a espessa matéria grosseira
Que inibe a ótica das paradisíacas estações celestes,
Perambula o indivíduo pelos cerrados e pelo agreste
E desemboca na magia do respirar sertão sem peneira.
 
Livre das imperfeições que cerceavam a consciência,
Tem agora o pudor extrativista de conhecer o caminho,
Mune-se dos alfarrábios para descrever no pergaminho
As nuances que perlustrou dizimado pela incoerência.
 
O produto da pesquisa a que se submete em solidão
Traz o bálsamo da metamorfose que opera o coração!
 
 
 
DE Ivan de Oliveira Melo

 
 

Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados