Ao contemplar tuas vestes de veludo
Cismam em mim estalos de bem-te-vis,
É como uma assembleia a exigir o bis
E entre nada e tudo, sei que sei tudo.
 
Tal qual a serpente ingrata que pica,
Tal qual o cão selvagem que morde,
Bem que sei – é a vida que não é mole
E o imensurável espanto é dor maldita.
 
Em teu corpo há os cristais de primavera,
São flores do meu jardim que te esperam
E entre absoluto e relativo está o ardor...
 
O frenesi é a constância dos meus brios
E, se mesmo em noite de calor houver frio,
Certamente é um arroubo chamado amor!
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo 

Ivan de Oliveira Melo
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