Mora na minha cama,
Conhece todos os meus segredos,
Escuta os meus lamentos,
Fala com os olhos,
Me aconselha em silêncio,
Me guarda no sono
Como na minha doce infância
Ela ainda me vê menina,
Sou aquela mesma criança
Que com quatro anos de idade
Recebeu o presente da sua doce presença
Boneca,no seu peito de pano
Pulsam as páginas da minha vida,
Memórias que despertam
Quando olho você aí sentada
Recostada no meu travesseiro
Perdi as contas de quantas vezes
Deitei a minha cabeça no seu colo e chorei
Recordamos hoje do ontem que partiu
Sei que você lembra bem do rosto de Mamãe,
Do cheiro gostoso que vinha da cozinha
Quando ela preparava o almoço
Lembra também da voz suavede Mamãe
Me pedindo para ir tomar banho
Gardamos o pedaço mais saboroso do passado
Da mesma forma que eu fazia
Com os meus chocolates
Quando eu era uma garotinha
Boneca de Pano,passaram tantos anos,
Entre sonhos destruidos
E vitórias alcançadas
Você continua aí sentada
Ouvindo tudo que lhe digo.
© Todos os direitos reservados