O sonho noturno é amiúdo
Como a chuva que leva e traz.
Leva o que não presta
E traz o que me atrai
O arauto declara
Que o sonho jaz
A morte chegou!
Levanto e saio pela rua
Sinto o orvalho bater em minha face
Que sorte!
Ainda sinto o gosto da chuva
Que sorte!
O arauto da morte ainda não me levou!
Sinto o cheiro da putrefação,
Mas ainda tenho sorte!
O odor vem dos que já se foram
Esses não são meus momentos derradeiros,
Entregarei-me nos braços de Morfeu
E meu sono será breve
A morte não ceifará o mel dos lábios meus,
Pois apesar de venerá-la, não me deitarei com ela,
Ela não possuirá meu corpo, meu doce gozo, a minha libido.
O meu sexo está vivo
E ainda que a morte venha me cortejar,
Sei que a ela, jamais vou me dar!
Keila
© Todos os direitos reservados
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