Gigantes Medos do Meu Psiquismo

Com o passar do tempo, pude constatar que meus fantasmas, meus (já não) queridos fantasmas, não são as lembranças, são os medos, desencadeados por traumas e mágoas, muitas mágoas.
 
Não são mais as lembranças que me atormentam, são meus medos. 
 
O medo não pode ser medido e nem conceituado, não cabe numa definição do dicionário, tão pouco nos textos de renomados psiquiatras. 
 
"O menino passava todos os dias pelo mesmo lugar, contemplava as mesmas coisas, ao chegar a seu destino sempre relatava tudo à sua mãe, ela imaginava o que ele lhe contava, mas mesmo que ela caminhasse pelo mesmo mesmo lugar e contemplasse as mesmas coisas, não seria igual. E assim é com nossos medos, mesmo que as pessoas tenham passado pelo que passamos, não compreenderiam totalmente, porque sentir é único, desde o medo ao amor, da ira a compreensão, porque pra isso, não fazemos uso da razão."
 
Por isso, não julgue um medo pequeno, mesmo que isso pareça aparente, pois esse foi meu maior erro, sub julguei meus medos, e até pensei ter me livrado deles. Os vi mais pequenos do que realmente eram e os sufoquei nas lembranças. Posterguei meus medos, e além de não ter me livrado deles, os alimentei.
 
E hoje, não somente cheia de lembranças, estou ainda mais repleta de fantasmas, meus verdadeiros fantasmas, meus medos, meus pequenos mas dentro do meu psiquismo, gigantes medos!

Jessica Batista
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