Não eras mais que um pedaço de barro.
Rude, disforme, despido de sentimentos.
Trabalhei-te com a mais pura das ferramentas,
No escopo a vontade de criar algo raro.
Passava noites imaginando os monumentos:
- Serias o prazer para as velhas tormentas!
No meu jardim ocupavas o lugar divinal,
Por seres em tudo diferente das outras.
Uma rosa de pétalas negras,
Tingidas com o esforço do meu sangue.
Adornada com os mais perigosos espinhos,
Mas necessitando tanto dos meus carinhos,
Por seres tão frágil e especial.
Existia mais, queria ter-te perto de mim.
Retirei-te da terra que alimentava a glória.
O abismo redimia o teu papel, o fim.
Mas numa estúpida manha fria,
Sem dizeres bem o que querias,
Jamais tu não havias.
Agora nos braços, a tua liberdade, o espaço
Mas no barro nunca mais recordei o teu traço
Apenas nas ferramentas lia “Amor vincit omnia”
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