O homem, como todos sabemos, é um ser tolo,

de ignorância pleno, um cavalo, vamos assim dizer,

que vive pensando que cria fragrâncias, 

mas a essência que produz é puro veneno,

que aceita elogios mas não recebe honrarias

sem deixar de pensar que maldade há em quem lhe envia;

pobre homem, representante da raça que ora ocupa

lugar de honra nos campos e pradarias,

que muito bem sem ele viver poderiam,

que se ocupa em se esconder dentro de seu ego

mal sabendo que dele mesmo não há um prego

para pendurar sua alma suja de tristezas cotidianas,

seja este ser homem ou mulher,

seja feliz ou infeliz,

sempre terá a mente sana e insana,

que escreve versos e reversos e diversos

e pensa que é tão complexo

que nem Édipo poderia recusar-lhe o saber,

desvendar o mistério de ousar dizer-se poeta,

ou como bem preferir, sem sem ser,

o que presta e o que não presta,

vaga sombra do que deveria ser de um semideus,

entre tantos que precisam de sonhos,

mesmo que seja para ser minúsculo ente

ou então onipotente Zeus...

 

Os versos que dei já estão enviados,

mas houvera a reversão de tempo,

os teria gasto com alguém mais honroso,

mais humano, menos demonizado,

bem ao gosto de quem sabe receber

o que lhe foi dado...

 

 

 

 

 

 

 

 

Prieto Moreno
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