Eu me sinto meio cigano,
Nômade no palco das letras,
Buscando do alfabeto as tetas
Para retratar meus desenganos.
 
Sentimento lúgubre jaz e plana
Sobre as pétalas da inspiração,
As palavras tecem versos em vão
Que se perdem em estradas ciganas.
 
Pontuações me alucinam, fico tonto,
Entre as vírgulas da vida me defronto
Com labirintos que são becos sem saída...
 
Intensa morbidez governa meu corpo
Flagelado pelo anacronismo dum escopo
Que dormita inócuo sobre cinzas feridas!
 
 
 
De  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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