Telefonema da Paz

 Em prantos, narro aquele momento.
O meu objetivo era solucionar o “problema”.
Um dilema que não existia.
Uma busca incessante, para a concretização da ordem.
Em minhas mãos, um telefone. 
Na tarde, do dia oito, de abril, o meu desafio iniciaria.
Várias tentativas...
Como um prodígio, uma voz embargada ecoou do outro lado.
Uma criatura enferma, embalada pela dor, ofegando na sua via-crúcis.
O meu dito problema se transformou em um grão de mostarda.
As lágrimas traçaram o meu rosto.
Aquela voz desalinhava a minha alma.
Ao mesmo tempo em que o amor me acariciava.
Aquele irmão promoveu rupturas na minha estrutura.
Coloquei-me a orar por aquele meu nobre amigo.
Senti a sua presença, mesmo apartados por um oceano.
O amor em maestria dulcificava o meu coração sofredor e triste.
A minha alma embarcou em uma sinfonia inexplicável.
Em minutos fui invadido por sensações, que em um século, não seria capaz de explanar.
O eco daquela voz se perpetuará na minha alma; vencendo o tempo, petrificando ao longo da eternidade.
Você me presenteou com a paz.
Fez-me renascer, através dos ecos do amor.
Que a força do universo restitua a sua alma.
Sinta-se abraço, por mim, uma criatura insignificante.

Dhiogo J. Caetano
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