Estou em conflito, aflito...
Diante de mim me fito
Buscando me entender...
 
O mundo roda, nele tudo rola
E em meio a tudo isso
Cheguei a conhecer você!
 
Minha cabeça dói... É o pânico
De conceber este amor titânico
Perante outros que são dossiê!
 
Ressabiado... Vejo-me no espelho,
Percebo-me  mais vermelho...
Estou angustiado, cheio de prazer!
 
Oculto-me de mim, sinto frio...
Minhas pernas tremem...  Será cio?
Não sei... Isto não quero saber...
 
Traição... O tempo é meu traidor,
Não desejava mais sentir este ardor
Que faz meu corpo deveras estremecer!
 
Não! Tenho de riscar isto em mim,
Mas as horas me consomem sem fim
E fico perdido sem atinar como proceder...
 
Choro... Por que em mim tal trapaça?
A paixão me grita, rói e me despedaça,
Joga-me no fogo para o sentimento arder!
 
Fugir é o que me resta, não há solução...
Enquanto isso meu pensar é o coração
Que ribomba feliz por isto acontecer!
 
Estou entregue... meu pranto me consola,
Uma volúpia extrema me fere, virei cola
E não há antídoto para tal emoção combater...
 
Lágrimas adornam minha face... é o medo!
De ver-me seduzido pela vida que é enredo
De uma história que haverei de escrever!
 
Olhos nos olhos... Sensação de ser feliz...
Meu peito vibra, na oração o santo diz:
É amor, cara, entrega-te, não há o que fazer! 

Ivan de Oliveira Melo
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