tomemos de assalto assustados
o mundo desarmado não faz guerra
descomunais raivosas assessorias
não deixem a noite cair sobre as crianças
desatem as correntes nucleares encasquetadas
apontem missivas e mitiguem os mísseis
todos os bons lugares e seus povos agradecem e engrandecem
o mundo todo é um jardim
cacemos as ervas daninhas
apocalípticas cantoneiras desmanteladas de dores residuais
assíduas e conturbadas dedicadas à paz
apelidaram o assassínio de apimentadas flatulências
embasbacados às pasmaceiras
chutando aos montes as mãos descarnadas
já que o fraco precisa da cena final para erguer-se à sombra do gol
e o sol segue o seu caminho intransitável
encafifado sob marteladas inaudíveis descoradas
vamos abençoar as boas novas
desarmando as velhas covas de seus fantasmas ideais
deveras não às guerras aguaceiras de coágulos contumazes
pois o mundo só quer se festejar de sonhos coloridos
e brincar à noite brindando o dia
sem armas e sem fardas
somente de olhares fixos em olhares mitos
para celebrar um novo amanhecer
sem mais a solidão sombria da incerteza
e vivendo a fortaleza de estar feliz
de mãos dadas todo mundo
enfrentando os medos mais profundos
e proferindo palavras de paz e de luz
aos quatro cantos com mantos azuis
e assim todas as harmonias e tranqüilidades nos invadem a alma
e nos consertamos de glórias e vitórias
pois há sempre a esperança da poesia amor
nas lembranças das crianças em seus olhos de inflorescências
serenidades inerentes de toda sorte em cartaz
amor e paz em exibição por todas as praças
inocências sintéticas de consternadas ribanceiras
divulgando metas retas de tamanho consolar
consubstanciando o mundo desfilando sóbrio
de pés descalços e soltos os laços
pois não mais existem amarras
e nenhuma guerra restou
graças a deus

Poesia escrita em 26 de fevereiro de 2003 – quarta-feira.

Fortaleza, Ceará

Carlinhos Pink
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