MULHER, TU ATEIA FOGO na minh’alma;
A tua sensualidade incendeia a minha carne
Quando te insinuas no andar; no falar_
Creio que os teus desejos são tantos
Que talvez não haja números para somá-los,
De tão numerosos que escapam ao controle...

Ainda hoje posso sentir a carne arder
Com volúpias excitantes fustigando o corpo...
Lembranças invadem o momento de agora,
Então, me vejo como um alvo indefeso:
O rosto ganha rugas adulterando a jovialidade
Pelos anos que vão passando, ficando remotos.

Não me roubem a tranqüilidade,
Disponho-me a reivindicar o meu isolamento!
Às vezes prefiro ficar só com uma boa dose de cafeína,
Creio que nos entendemos muito bem, dependo disso...
Certas dissonâncias maltratam o meu pensar...
Minha vista cada vez mais se torna escura...

Como um demônio tu surges para atormentar-me_
Não tenho forças para fugir de tal tentação;
Não me obrigo a resistir esses desejos atormentadores,
Entrego-me ao carrasco que chamo de ilusão...
Desamparado eu me encontro de tudo e de todos_
Talvez a morte queira acariciar o meu rosto ainda lúcido!
 

Jairoberto Costa
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