Quanto ao silêncio, tenho algo a dizer!

Não o conheço.
Queria mesmo conhecer. Aprender.
Mas me esqueço!
 
É inútil!
Enquanto o som se propaga na sala
E escuto,
Minha língua desata a falar.
 
E demasiadamente se prolonga.
E esquece a que hora parar
Mas agora me sinto impotente.
Arrancam-me a voz, pra poder me testar.
 
Sinto uma falta tremenda
Ouve-se o doce silêncio da ausência de som.
Apesar de me expressar em bom tom
Aprecio o quietar da empolgação.
 
Sempre a querer uma boa discussão
Turbinada de bons argumentos
Sempre tentando expandir a sensação
De se tornar cada vez mais sedento.
 
Agora me soa sem força
Os falsetes desafinados dessas cordas vocais.
Que queimam pela exaustão de discutir
Com pessoas sem conhecimento ou ideais.
 
No encalço da vida eu estou a tentar
Não corro mais do que posso alcançar
Se fechas os olhos pro que podem ensinar
Torna-te o ignorante que não quer enxergar.
 
Me recuso a tentar discernir
As desculpas que vão despejar
Cansa deixar a energia fluir
É preferível sem voz eu ficar.

Ingrid Vitorino Lázaro
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