Estou aqui sobre a pedra
Como um alpinista inseguro,
Nas mãos as cordas da vida,
Sobre os pés a solidão.
Estou aqui em meio à tarde
Caminhando rumo ao nada,
Sob o julgo determinado
Do cruel olhar do meu inimigo.
Estou aqui nesta orla marítima
Traçando um verso na areia,
E o luar curioso, cheio de malicias,
Contempla meu poema a beira mar.
Estou aqui esperando minha queda,
E no reverso do meu corpo,
Um gesto imprevisto, um socorro,
Que por ninguém é ouvido.
Estou aqui passando meus dias,
As cicatrizes no meu corpo,
Que sangram em vão,
E passam despercebidas.
O ferrolho das janelas
O pingo frio em minha cabeça
Luzes e cineres intermitentes,
Fazem de meus dias um calvário.
Estou aqui desmoralizado.
E no rosto do meu oponente
Um sorriso largo, exuberante,
Do “dever” cumprido a risca.
J.A.Botacini.
14/04/2014
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