Não sei definir felicidade.
Seria aquele bombardeio
em plena flor da idade,
hormônios versus hormônios,
forte rubor na face,
pernas bambas, mil demônios,
taquicardia, ingenuidade,
olhar a denunciar, sem disfarce,
um louco amor que de repente invade?
Não sei definir felicidade.
Seria aquele sorriso largo
nascido da emoção, ilimitado,
ou a cadência dos seus passos
trazendo você aos meus braços?
Uma batida na porta...
Balbucios, beijos, abraços,
o mundo esquecido lá fora...
O que mais importa agora?
Não sei definir felicidade.
Às vezes se chama saudade...
É tristeza e alegria,
lembrança de cada dia,
faz sorrir, faz chorar
a um só tempo
vem e se vai com o vento,
às vezes não volta mais.
E a brevidade do instante
daquela presença constante
perpetua-se para sempre
embora estando ausente.
Nunca mais se desfaz.
Faz tanger o coração
em suave melodia,
faz vibrar a emoção
transformada em poesia.
_Carmen Lúcia_