Provar do paraíso e então retornar ao mundano é o inferno...
Minh'alma vacila, meu coração treme diante deste frio muro
Onde voluntariamente eu me prendi e não posso escapar do escuro
O qual inunda meu espírito com a mão de ferro dum tirano eterno!
Eu pensei que podia amar, mas meu eu ególatra permanece sempiterno.
A solidão que está comigo é meu cárcere frio, cruel e duro...
Eu poderia fugir, mas será que o desejo? Será que não me habituei ao impuro?
Perco-me na loucura de várias respostas e não alcanço o superno...
Como se eu fosse um velho vinho, arcaico, preso em um rústico barril,
Melhoro para mim e por mim e isto, em suma, é o mesmo que ser vil.
Já nem sei dizer como proceder, não sei como mostrar a cara ao mundo...
Melhor, talvez, seja permanecer preso neste estranho labirinto de espelhos.
Encaro a mim mesmo em oscilações de tons negros e vermelhos
E prisioneiro perpétuo, tento domar o meu animal fremente e iracundo...