As Quatro Estações

Ainda lembro da Primavera,
Flores desabrochando, nascendo
As gotas de orvalho nas folhas das árvores
O jardim todo florido
Mas, em um jardim, uma única flor havia
A mais bela, a mais esperada, a mais querida
Com a chegada da estação, desabrochou
Exalando todo o seu perfume
O perfume do amor, que dizia ter

Disso se fez o Verão
Dias ensolarados
Dias de sol no coração
Onde nada podia impedir
A felicidade do jardim
Que junto de sua flor
Desfrutava de seu grande amor
Não havia dia triste
Não havia teto branco
Apenas o amor que havia
Entre a flor e seu jardim

Chegado o Outono
As folhas, sem explicação
Começaram a cair
A linda flor começou então
Às suas pétalas perder
A deixar o jardim doer
O que queria, não mais saber
Das flores se fez espinho
Que machucava quem lhe tentava colher
Mantê-la perto do jardim
Um eterno sofrer...

Chega o Inverno por fim
O tapete branco de neve cobre o jardim
Recém abandonado de sua predileta flor
Acabado estava o amor
E o jardim, sangrando, chora
Pela flor que se fora
Pelo amor de outrora
Que se foi agora
O gélido jardim abandonado
Chora sozinho
A dor de seu coração apaixonado
Por estar sem seu amor
Nas noites frias dessa estação
Que, de saudade
Nunca mais viu seu amor
Congelou seu coração