CONSPIRAÇÃO
Que frio é este que percorre meu corpo,
Penetra meus poros;
Enrigece meus músculos
E que lã alguma ameniza?
Meus pés enregelados,
Mal se movimentam.
As mãos sem agilidade,
Não têm coordenação.
Os dedos, entorpecidos,
São apêndices inúteis.
Os dias escuros,
Não há luz que os ilumine.
O céu nublado,
Cobre-se de chumbo.
E as horas estagnadas,
Não passam. Param.
O vento, uivando lá fora,
Impede-me de ouvir os pássaros.
A chuva, miúda e fria,
Obsta o desabrochar da primavera.
É o inverno que se perpetua,
Potencializa a tua ausência.
É toda a natureza conspirando,
Para aumentar a saudade de ti.
Que venha logo a primavera,
Trazendo a promessa de tua volta.
27/08/2013