Mísero fado que me conduz à laje sepulcral,
Que este meu corpo um dia há de descansar,
Tantas foram as amarguras... mundo abissal!
Ah, verdugos! Sois fonte de todo meu penar.
Açoites... tudo foi o que recebi desta vida,
Nos gritos de dor, ninguém me veio abraçar,
Viajante da agonia, mas de têmpera renhida,
Fatalidade histórica! Uma sentença a expiar!
Oníricos projetos que tanto fiz para o mundo,
No afã em ser útil, e a minha vida entregar,
Tal foi a ironia com o seu entrave furibundo,
Subtraiu o desejo, entregando-me ao pesar.
Molesto fracasso por um amor tão profundo.
Desgostos reles, nunca mais vou-me lembrar!
Rivadávia Leite