Passarinho no varal.
Eu na janela.
Minha intenção era sê-lo.
Naquele instante, por alguns instantes.
Ele trazia uma poesia.
Muito pequena e singela, uma poesinha.
Regada por sentimentos puros.
Um encanto a quem a encontrasse.
Mas me veio algo que me entristeceu.
E me fez lamentar.
O dia seria longo.
Haveria outros momentos, outros instantes.
Mas nenhum como aquele existiria.
Outras prioridades, inflexíveis prioridades.
O passarinho foi embora.
A poesinha também.